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EXPOINTER: Artesanato em lã e metal integra a 41ª Expoargs

EXPOINTER: Artesanato em lã e metal integra a 41ª Expoargs

A paixão por artesanato começou quando Luciano Oliveira tinha seis anos. Cresceu na oficina de seu avô, em Santana da Boa Vista, interior gaúcho. Fazia seus próprios brinquedos e, desde então, não parou mais de produzir esculturas em metal reciclado. “Para mim é um hobby, porque faço nas horas vagas, uma vez que sou servidor público do município”, conta o artesão, que está participando pela quinta vez da Exposição de Artesanato do Rio Grande do Sul (Expoargs).

Em sua 41ª edição, o evento foi aberto oficialmente nesta segunda-feira (26/8) no Pavilhão do Artesanato, durante a 47ª Expointer. A promoção é da Fundação Gaúcha de Trabalho e Ação Social (FGTAS), por meio do Programa Gaúcho de Artesanato (PGA). Participam 184 artesãos de 57 municípios, em 123 estandes. O horário de funcionamento é das 8h às 20h.

O diretor-presidente da FGTAS, José Scorsatto, destacou que, este ano, 30% dos artesãos estão expondo pela primeira vez na feira. “Para haver a renovação e dar a chance de quem nunca participou poder estar presente”, explicou.

A Expoargs contabilizou a comercialização de 5.696 peças, que somaram R$ 363.396,00 no primeiro final de semana da Expointer. “A expectativa é que a gente ultrapasse a marca do ano passado, de R$ 1,5 milhão, e chegue a R$ 2 milhões em produtos comercializados”, destacou Scorsatto.

Conforme o diretor-presidente, já passou muita gente pelo Pavilhão do Artesanato no sábado e no domingo e, durante a semana, começam a chegar as excursões do interior do Estado. “A expectativa é que o pavilhão lote”, prevê.

Ele destacou, entre os programas da fundação, o Seminário do Artesanato, que já está em curso. “Uma das ações é fornecer a nova carteira do artesão, que não precisa ser renovada de dois em dois anos, como era antigamente. Entre os benefícios estão a participação das feiras, dos editais, comercialização dos produtos, entre outros”.

Arte em metal

A Expointer é a única exposição da qual Oliveira participa. “Todo ano é um aprendizado novo. Sem falar que eu divulgo o nome da minha cidade, que é pequena, com cerca de oito mil habitantes. Todos ficam orgulhosos do meu trabalho. A Expointer é uma vitrine para o mundo”, diz com satisfação. Esse ano trouxe 70 peças para comercializar. O artesão possui uma oficina em casa, a “Luciano Esculturas Arte em Metal”.

Quando começou, tinha o sonho de fazer um cavalo em tamanho real. “Sou apaixonado por esses animais, que têm tudo a ver com a Expointer. O cavalo representa muito o povo gaúcho e o Estado do Rio Grande do Sul”, define Oliveira. “E na tragédia da enchente de maio repercutiu bastante a imagem do cavalo Caramelo em cima do telhado. Aí pensei: é a hora de realizar meu sonho. Levei cerca de 30 dias para produzi-lo. Ele mede, das orelhas à base, 1,90 metro de altura e pesa 400 quilos”, contou.

“O que quase ninguém sabe quanto à escultura do cavalo, é que ele foi construído com peças de várias cidades do interior, além da Capital. Tem um pedacinho de cada cidade do Rio Grande do Sul nele”, revela Oliveira. Ele consegue a matéria-prima para seu trabalho em ferros velhos.

Oliveira produz também cabeças de cavalo, violão, animais como cachorro e peixe, cadeira, miniatura de moto, entre outras peças. “O que imaginar dá para fazer”, relata. São peças que medem de 20 centímetros até 1,90 metros (o cavalo). “Tenho peças espalhadas por todo o Brasil e até uma nos Estados Unidos, um mago de 2,30 metros, graças a uma parceria”.

No ano passado, ele comercializou 40 peças e ganhou cerca de R$ 20 mil. “Mas meu intuito mesmo é mostrar o meu trabalho, que é uma paixão”.

Estreantes

Por sua vez, as artesãs Lourdinha Teixeira Costa e Nina Boeira, de Lavras do Sul, estão participando pela primeira vez da Expoargs na 47ª Expointer. E dividem o estande 02 do Pavilhão. As duas trabalham com lã de ovelha natural. Inclusive elas próprias que criam. Cada uma possui cerca de 40 animais. Nina faz tecelagem agulhada. Usa também lã tingida com ervas naturais. Faz quadros com tecelagem molhada: paisagens, flores, animais como cavalos, além de luminárias, chaveiros, porta-caneca, jogo americano, entre outros produtos.

“Agradeço demais ter sido premiada ao poder expor aqui. Estamos achando muito positiva essa feira. O público fica bem impactado com nossas peças em lã, porque estão acostumados com pelegos e palas, e fazemos um artesanato diferenciado. Ficam impressionados com essa parte artística”, conta feliz.

O trabalho de Lourdinha, ou simplesmente Lou, também tem como matéria-prima a lã de ovelha natural, mas com uma diferença: ela faz todo o processo, desde lavar a lã, abrir, cardar (alinhar suas fibras e remover impurezas), fazer o fio e o feltro. “Hoje o meu foco é produzir bolsas e almofadinhas terapêuticas com tecelagem molhada. E as chamo assim porque a lã resgata os saberes da nossa ancestralidade e marcam sentimentos e emoções. Ao entrar em contato com a natureza terapêutica da lã, o corpo sutilmente responde. Isso é bom para ficarmos mais tranquilos e menos ansiosos”, acredita.

Lourdinha explica que na feltragem molhada, a lã sofre fricção e lubrificação (com água e sabão). As fibras ficam juntas, tomando a forma de um tecido ou manta. “A feltragem seca é feita com agulhas e não se utiliza de água e sabão”, diferencia.

Ela produz almofadas e as borda. Elas não têm costura. Também usa ervas do campo ou naturais, como de São João, casca de cebola, carqueja. “Vendo muito para darem de presente para pessoas idosas, que ficam muito tempo sentadas. Elas ficam acariciando a almofada e se conectam com toda essa história da lã”, exemplifica Lou.

 Texto: Darlene Silveira