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EXPOINTER: Projetos de escolas estaduais incluem temas indígenas, preservação do meio ambiente e trabalhos com lã

EXPOINTER: Projetos de escolas estaduais incluem temas indígenas, preservação do meio ambiente e trabalhos com lã

Ter uma OPY, ou Casa de Reza, era uma luta antiga da comunidade Guaviraty Porã – Mbya Guarani, onde fica a Escola Estadual Indígena de Educação Básica Yvyra Ijá Tenondé Verá Miri, em Santa Maria. Por isso nasceu o projeto pedagógico “OPY” (Casa de Reza). Esse é um dos trabalhos que estão na mostra promovida pela Secretaria da Educação (Seduc), na Casa da Embrapa, durante a 47ª Expointer. O horário de visitação é das 9h às 18h30. No domingo (01/09), até o meio-dia.

A professora Sirlete Frigheto explicou que a OPY é um lugar sagrado para os indígenas. “É como se fosse o coração da comunidade, é uma casa espiritual, onde se aprende sobre a cultura. O ensinamento é feito pelo pajé, junto com os pais e os mais velhos. Os indígenas aprendem muito ouvindo e observando. E esse trabalho de ouvir e de observar, de trabalhar junto é o que faz com que a comunidade se fortaleça”, definiu.

Segundo Sirlete, a escola atende alunos da educação infantil, dos ensinos fundamental e médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Todos estão inseridos no projeto. E ele engloba a comunidade indígena e a escolar”, esclareceu. “Na comunidade existem 150 pessoas de 44 famílias”.

Sirlete contou que a OPY foi construída graças a parcerias e ficou pronta em abril deste ano. “Foi uma conquista junto com nossos alunos e a comunidade como um todo. Ela é feita de barro por dentro e por fora, tramada com taquaras e coberta de capim de santa fé. Assim, fica uma casa térmica, nem fria no inverno, nem quente no verão”.

Conforme a professora, o objetivo do projeto foi concretizar a casa. “Trabalhamos a união, a parceria, o serviço comunitário, o papel de cada um dentro desse espaço. Agora, normalmente, eles se reúnem bem cedo da manhã, perto do meio-dia ou à noite”, pontuou Sirlete. “A Casa trouxe vida para a comunidade”.

A aluna Tassiana Pereira, de 16 anos, disse que gostou muito do projeto. “Porque é importante para a gente ter uma casa de reza para manter a nossa cultura”.

Tecendo histórias coloridas

Outro projeto apresentado na mostra é o “Tecendo histórias coloridas”, da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Gladi Machado Garcia, de Caçapava do Sul. A escola, que também atende alunos de ensino fundamental, fica na localidade de Minas do Camaquã, zona rural, a 70 quilômetros do centro do município. A maioria dos estudantes (90%) mora na zona rural e 10% moram na comunidade Minas do Camaquã.

A professora Marta Silveira contou que tudo começou com a dificuldade que os alunos tinham com as letras “LH” da palavra ovelha. “Aí começaram a falar sobre a lã, e que tinha um problema na comunidade. As pessoas carneavam as ovelhas e jogavam os pelegos fora, no campo, inclusive atrás da escola. Então veio a ideia de estudarmos sobre as utilidades e os benefícios da lã para que eles falassem em suas casas”.

De acordo com Marta, o projeto iniciou no ano passado, tem a duração de três anos e envolve 20 alunos, além da comunidade escolar. “Esse ano, trabalhamos sobre o processamento da lã, que é lavagem, cardagem e fiação. E no ano que vem vamos trabalhar o tingimento natural da lã. Já que estamos inseridos dentro de um geoparque (Caçapava), pensamos em trazer essa história, essa cultura, esse resgate de conhecimento”, esclareceu a professora. “Na parte do tingimento, existe o conhecimento das plantas do nosso bioma, o que a gente tem no entorno que pode servir para tingimento”, complementou.

Ela esclareceu que uma das características do geoparque é o desenvolvimento do território através da educação. “Então nada melhor do que divulgar esse saber que é tão antigo, que é a fiação, o processo da lã”, disse Marta.

A estudante Kendra Macioski , de 8 anos, acha o projeto legal. “Porque a gente aprendeu que tem vários benefícios com a lã. A gente bota a lã em volta das plantas para não vir bicho nelas, não vem formiga, nem lesma”.

Com o que concorda a aluna Erika Lopes, de 9 anos. “A gente aprende um monte de coisa que dá para fazer com a lã. Mas não temos ovelha em casa. A mãe não deixa nem eu ter cachorro, imagina ovelha. Só tem gato lá dentro de casa”, afirmou resignada.

Captura do Carbono

“Captura do Carbono” é o projeto da Escola Estadual de Ensino Fundamental Chico Mendes, de Hulha Negra. Segundo a professora Cenira Hahn, é uma continuidade de outros projetos ambientais que a escola vem desenvolvendo desde 2017. “O projeto engloba todas as turmas, desde o primeiro até o sétimo ano, além da comunidade escolar. São alunos de 6 a 13 anos”, detalhou.

Segundo Cenira, a finalidade é capturar o carbono da atmosfera, para minimizar o problema do aquecimento global e do efeito estufa. “O projeto está centralizado principalmente na atividade de plantios de árvores nativas, tanto na escola, quanto na comunidade. A ideia é diminuir a emissão do gás carbônico que é emitido através das usinas, da criação de gado, das ações humanas. É uma forma de a gente recompensar a agressividade que os seres humanos têm em relação ao meio ambiente”, esclareceu.

A professora afirma que a escola fica na zona rural, no assentamento Santa Elmira, mas atende também alunos de 15 assentamentos. “Quisemos mostrar para nossas crianças que é possível, com pequenas ações, como o plantio de algumas árvores, diminuir a emissão de gases de efeito estufa. E capturar esse gás carbônico que fica na atmosfera, melhorando assim a qualidade do ar e do solo, logo, do meio ambiente em que a gente vive”.

Conforme Cenira, além das atividades práticas, como o plantio das árvores e distribuição de mais de 20 tipos de mudas de árvores, há palestras e formação. “É um projeto contínuo”, definiu.

“Este ano já distribuímos mais de mil mudas de árvores para a comunidade. E na escola a gente tem uma área experimental, que é uma agrofloresta, onde tem o pomar e a nascente. Tudo com plantio de árvores. No entorno da escola existem mais de mil árvores plantadas”, comemorou. “No assentamento são 53 famílias, mas estão envolvidas no projeto mais de 100 famílias. A parceria que a gente tem com a comunidade, com os demais professores e a disponibilidade dos alunos é que faz a diferença do nosso projeto”, concluiu Cenira.

A aluna Dhyenifer Lima, de 12 anos, acha muito importante o projeto. “Porque a gente vai capturar o gás carbônico que tem em muito excesso hoje na atmosfera. É importante também para ajudar as pessoas a entender a importância disso”, diz com alegria.

“Às vezes brinco com meus pais que eles estão emitindo gás carbônico. Mas eu sinto que eles levam a sério e até dão uma mudada”, comentou Dhyenifer. “Os pais dela são parceiros no plantio das árvores, então eles levam a sério sim”, complementou a professora.