Giovanni Jarros Tumelero citou que Rio Grande tem um dos maiores PIBs do RSTÂNIA MEINERZ/JC
Lideranças defendem mais atenção a potenciais de Rio Grande em debate do Mapa Econômico
Painelistas acreditam que o Estado precisa enxergar mais a Zona Sul
Mauro Belo Schneider
Editor-executivo
O Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, projeto do Jornal do Comércio que está circulando o Estado pelo segundo ano consecutivo para mostrar as oportunidades e desafios de cada região, chegou à histórica cidade de Rio Grande nesta terça-feira (17). O evento foi promovido a partir das 17h na Câmara de Comércio, a primeira do Brasil.
Aliás, os rio-grandinos se orgulham de títulos como esse. Entre os outros, estão o de clube de futebol mais antigo do País (Sport Club Rio Grande) e a praia com a maior extensão do mundo, o Cassino. Os marcos, defendem as lideranças que participaram do encontro do JC, devem ser usados como atrativos para alavancar o desenvolvimento.
Giovanni Jarros Tumelero, diretor-presidente do Jornal do Comércio, abriu o evento, que contou com mais de 100 pessoas na plateia. Ele agradeceu quem veio de outras regiões e lembrou que Rio Grande deu nome ao Estado.
“Tem um potencial econômico muito grande, com pujante economia através de seu porto”, citou Giovanni. Além disso, ele lembrou da tragédia climática que afetou o RS em maio e reforçou o papel do JC durante a retomada através da divulgação de investimentos. “A maior parte do PIB (Produto Interno Bruto) do RS se encontra no interior”, complementou, salientando o comprometimento em promover o Mapa Econômico do RS.
Representantes de parceiros do projeto, como BRDE, Crea-RS, CIEE-RS, Corsan, CMPC e governo do Estado, também se manifestaram. No debate, mediado pelo editor-chefe do JC, Guilherme Kolling, foram painelistas o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti; o presidente do Hospital Monporto, Rafael Avancini; e o diretor do OceanTec (Parque Tecnológico da Furg), Artur Gibbon. “Nada melhor do que quem vive na região para saber as dificuldades e desafios”, justificou Kolling.
Paulo Bertinetti, do Tecon, vê a região com ativos extremamente importantes e que são “pouquíssimos explorados por dificuldades de estrutura”. “Presido uma casa com 180 anos. Moro na cidade que é a primeira do Estado, que tem a primeira refinaria, tudo é primeiro aqui. Rio Grande só chegou onde chegou porque se reinventou. Temos três universidades em 50km de distância”, listou. O executivo, no entanto, acredita que o problema está na ausência de coragem. “Vejo a dificuldade nas pessoas, na falta de empreender. O governo não olha para a nossa região. Não conseguimos sair do fim do curso”, lamenta.
“Precisamos melhorar o ambiente para criar nossa família com a maior praia do mundo. Os centros históricos podem trazer turismo fantástico para nossa região. Pessoas a gente tem, só temos que juntar forças para que essas coisas aconteçam”, sugeriu.
Coragem, no entanto, não faltou para Rafael Avancini, do hospital Monporto, que apostou na cidade de Rio Grande em meio à pandemia. “Não vimos Rio Grande e seus 29 municípios mais próximos desenvolverem sua área da saúde. A oportunidade que vejo neste momento é justamente poder expor isto. Precisamos atrair o olhar do Estado para a Zona Sul”, frisou.
“Trouxemos um hospital para mudar a auto-estima da região. Rio Grande é uma cidade que tem um dos PIBs mais importantes do Estado, mas por que o dinheiro não circula aqui. Por que quando estou doente vou a Porto Alegre? Estamos começando a fazer nossa parte”, acrescentou.
Artur Gibbon, do parque tecnológico OceanTec, abordou conquistas do passado. “Tivemos aqui um dos maiores parques têxteis do Brasil. Essa cidade tem um DNA empreendedor”, repetiu.
Gibbon ainda questionou quantas cidades do interior tem uma universidade federal como Rio Grande. “Isso é uma coisa que precisamos valorizar”, sustentou, mencionando ainda a economia azul (das águas) e a universidade como o local para pensar na sustentabilidade.
Na segunda parte do evento, os painelistas aprofundaram as estratégias para a retomada econômica após as enchentes. Volta do aeroporto Salgado Filho, Reforma Tributária, educação, custo do pedágio e descentralização foram apontados.
Agenda de eventos do Mapa Econômico em 2024
18/07 – Já realizado em Erechim (Regiões Norte, Noroeste, Missões e Alto Jacuí)
15/08 – Já realizado em Bento Gonçalves (Regiões Serra, Hortênsias e Campos de Cima da Serra)
17/09 – Já realizado em Rio Grande (Regiões Sul, Centro Sul, Campanha e Fronteira Oeste)
17/10 – Santa Maria (Regiões Centro, Jacuí Centro, Vales do Taquari e do Rio Pardo)
19/11 – Porto Alegre (Regiões Metropolitana, Vales do Sinos, do Caí e Litoral)
Parabéns!