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PUC e Tecnopuc participam da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação

5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação discutiu o futuro dos setores no País

Entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, foi realizada a 5ª edição da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), em Brasília, com transmissão ao vivo pelo YouTube do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – instituição responsável pelo evento. Com o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”, a conferência aconteceu 14 anos depois da quarta edição e reuniu mais de 30 mil pessoas, de forma presencial e online, em torno de discussões realizadas em quatro eixos temáticos: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas; Ciência, Tecnologia e Inovação para programas e projetos estratégicos nacionais; e Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento social.  Confira, aqui, a cobertura da página oficial da VCNCTI.

A Universidade e o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) foram representados na Conferência pelo reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, o vice-reitor, Ir. Manuir Mentges, o superintendente de Inovação e Desenvolvimento Jorge Audy, que também é membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), e o professor da Escola Politécnica Adão Villaverde.

Na ocasião, Ir. Evilázio ressaltou o destaque que foi dado ao papel das universidades na promoção do ensino, da pesquisa e da extensão, como pilares fundamentais para a inovação. O reitor da PUCRS relacionou com a atuação estratégica da Universidade que, ao aprofundar suas estratégias na perspectiva da inovação, geração de impacto e valor para a sociedade, reforça seu posicionamento estratégico e se alinha às demandas contemporâneas de uma sociedade em constante transformação.

“A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação reforçou o importante papel das universidades no contexto da promoção do ensino e pesquisa. A PUCRS em seu posicionamento estratégico está comprometida, promovendo inovação, geração de impacto de valor para a sociedade, formando profissionais capacitados para atuar com as novas tecnologias e inovação”, afirmou.

Segundo Ir. Manuir Mentges, outro aspecto que ganhou destaque no evento foi a qualidade da produção científica no Brasil. Nesse contexto, um dos grandes desafios apontados foi a transformação dessa produção em inovação prática, capaz de propor soluções concretas para os problemas enfrentados pela sociedade brasileira.

“Em minha participação, enfatizei a importância de fomentar parcerias estratégicas e redes de colaboração, visando a criação de um ecossistema inovador que possa traduzir o conhecimento científico em benefícios tangíveis para a sociedade”, contou.

O vice-reitor considerou a participação na Conferência importante para trocar experiências e discutir estratégias para potencializar o impacto social das pesquisas acadêmicas.

“A experiência na conferência foi enriquecedora e proporcionou uma visão ampliada sobre os caminhos a serem trilhados para que a ciência e a tecnologia brasileiras possam, de fato, gerar impacto e valor social”, completou.

Para Jorge Audy, o destaque desta edição da Conferência foi o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) na abertura do evento. Como membro do CCT, Audy explicou que o Plano reconhece o intenso impacto que a IA está gerando na vida das pessoas e da sociedade e posiciona a visão do Brasil sobre a temática. O membro da CCT considera o IA como uma força tecnológica transformadora, sendo uma revolução centrada em dados e nos processadores de alto desempenho com potencial para remodelar todos os setores sociais e econômicos e envolvendo uma corrida global por protagonismo das nações com impactos geopolíticos.

“É fundamental entender que no tempo que vivemos, em pleno século XXI, a Ciência, a Tecnologia e a Inovação (CT&I), e a IA em especial, são essenciais para o desenvolvimento do país. Não só o desenvolvimento científico e tecnológico, mas principalmente o desenvolvimento social e ambiental. Não para gerar desemprego, como é temido por muitas pessoas, e sim para gerar novas oportunidade de trabalho, emprego e renda para nossa gente. Necessitamos de grandes projetos nacionais, como esse da IA para o Bem de Todos, para geramos juntos um novo ciclo de desenvolvimento, com soberania e inserção global, atentos aos impactos sociais e a criação de uma nova sociedade, para o nosso tempo”, contou.

Nesse contexto, o vice-reitor da PUCRS ressalta que as universidades desempenham um papel fundamental, sendo responsáveis por formar profissionais capacitados para lidar com as novas tecnologias, além de desenvolver pesquisas que impulsionem a inovação em IA.

“Na PUCRS temos inúmeras pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, além do nosso Centro de Inteligência Artificial na Escola Politécnica. Como Universidade, queremos ser protagonistas e assumir uma postura de vanguarda nesse tema tão importante para nossa época”, afirma o Ir. Manuir Mentges.

IA para o Bem de Todos
Chamado de IA para o Bem de Todos, o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial prevê a compra de um dos supercomputadores mais potentes do mundo e investimento de até R$ 23 bilhões em quatro anos. Com vigência de 2024 a 2028 e estruturado em quatro eixos (Infraestrutura e Desenvolvimento de IA; Difusão, Formação e Capacitação; IA para Melhoria dos Serviços Públicos; e IA para Inovação Empresarial), o PBIA busca:

Transformar a vida dos brasileiros por meio de inovações sustentáveis e inclusivas baseadas em Inteligência Artificial.

Equipar o Brasil de infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, incluindo um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, alimentada por energias renováveis.

Desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossa diversidade cultural, social e linguística, para fortalecer a soberania em IA.

Formar, capacitar e requalificar pessoas em IA em grande escala para valorizar o trabalhador e suprir a alta demanda por profissionais qualificados.

Promover o protagonismo global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.

Para isso, o PBIA prevê 31 ações de impacto imediato, que estão em curso ou serão realizadas em breve, nas áreas de Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, Indústria, Comércio e Serviços, Educação, Desenvolvimento Social e Gestão do Serviço Público.

Acesse as versões completa e resumida do PBIA.

Ecossistemas de inovação
Em 1º de agosto, Jorge Audy coordenou a mesa “Ecossistemas de inovação no Brasil: avaliação e perspectivas”. Raul Lima, da USP; Adriana Faria, da UFV e da Anprotec; Rodrigo Reis, da UFPA; e Marco Krieger, da Fiocruz, participaram do debate, que contou com a relatoria de Maurício Guedes, da UFRJ e da SEDEICS-RJ).

O superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc contextualizou os ecossistemas de inovação brasileiros, destacando seu papel para o desenvolvimento nacional. Ao falar sobre os desafios e oportunidades da área, Audy destacou a necessidade de maior sinergia entre universidades e centros de pesquisa e as empresas; a dependência de financiamento público; as irregularidades do financiamento; a resistência a mudanças; a burocracia excessiva; as políticas públicas e investimentos estratégicos; a colaboração internacional; o marco legal e risco zero.

Entre as tendências emergentes, foram ressaltadas a evolução dos ambientes de inovação antes vinculados apenas aos parques científico e tecnológicos de universidade à lógica dos territórios de inovação, com seus distritos e pactos; o impacto e a relevância com foco nas questões de sustentabilidade e impacto social e ambiental; a inovação orientada a missões; as transformações no mundo do trabalho; e as startups do tipo spin offs acadêmicos e deep techs.

As recomendações estratégicas da mesa foram a ampliação de políticas públicas direcionadas para a integração entre ecossistemas de inovação e programas de pós-graduação; a criação de políticas públicas integradas que alinhem ciência, tecnologia e inovação com a educação e o desenvolvimento socioeconômico e ambiental; internacionalização e cooperação global; o fortalecimento dos ecossistemas de inovação; a valorização da diversidade e inclusão social como componentes vitais para a inovação; a criação de políticas públicas voltadas à empregabilidade dos doutores e mestres no mercado não acadêmico; e a promoção de uma maior conscientização sobre a importância da ciência, tecnologia e inovação e dos ecossistemas de inovação para o desenvolvimento nacional.

Indústria de semicondutores no Brasil
Assim como a Inteligência Artificial, outra tecnologia expoente que entrou na pauta da Conferência foram os semicondutores. O professor Adão Villaverde coordenou a mesa e fez a introdução do tema “Os Desafios e Perspectivas para a Produção de SemiC no Brasil”, cujo debate contou com a presença de Augusto Gadelha, presidente da CEITEC; Linnyer Beatrys Ruiz, presidente da SBMicro; Henrique Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI; Murilo Pessatti, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi).

Com 80% da produção mundial concentrada em países do Pacífico do Leste e movimentando 545 bilhões de dólares em 2023, os semicondutores são um tema estratégico do ponto de vista econômico, geopolítico e de soberania científico-técnica das nações.  Nesse contexto, Villaverde ressalta a importância do debate realizado na Conferência.

“Essa é a quinta Conferência Nacional de CT&I do Brasil e é a primeira vez que esse debate sobre o tema semicondutores entra sob o ponto de vista da indústria e não somente no âmbito dos marcos acadêmicos de pesquisa e desenvolvimento. Nas quatro conferências anteriores, ele foi abordado sempre do ponto de vista científico-técnico de P&D, dos recursos humanos etc. A novidade foi ser tratado do ponto de vista da produção e, principalmente, sobre o que o Brasil pretende com o tema semicondutores”, avaliou.

Segundo Villaverde, a riqueza do debate também se deve à composição da mesa, que representa como o Brasil se encontra no tema, a partir da presença de diferentes atores do processo de fabricação de semicondutores: a entidade que congrega as empresas de manufatura desses componentes no país, empresas que fazem design house, encapsulamento e testes (back end); a fábrica brasileira de solução completa (front end) que está sendo retomada; e a entidade que congrega pesquisadores, professores e profissionais da área de microeletrônica, além da presença do Ministério de CT&I do Brasil, que trata do tema e seus instrumentos de política.

Histórico da Conferência
A 1ª CNCT aconteceu em 1985, com o tema Rumos do novo Ministério. O objetivo foi discutir com a sociedade as políticas para a área, de modo a subsidiar as ações do recém-criado Ministério da Ciência e Tecnologia. Já a 2ª CNCT foi realizada em 2001 com a temática “Novo modelo de financiamento para a área, baseado nos fundos setoriais”. Foi nessa conferência que se discutiu o novo modelo de financiamento baseado nos Fundos Setoriais, posto em prática a partir de 1999. Naquela oportunidade foi criado o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

Em 2005, aconteceu o terceiro encontro com o tema “Desenvolvendo Ideias para Desenvolver o Brasil”. A ênfase foi na importância da CT&I para gerar riqueza e promover a inclusão social, das quais a educação é o pilar principal. E por fim, a 4ª CNCTI, realizada em 2010, abordou a temática “Política de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação com vistas ao Desenvolvimento Sustentável”. A conferência norteou suas discussões segundo as linhas do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) 2007-2010.