Reconstrução e solidariedade: gaúchos unem forças para retomada após devastação das enchentes
Empresas gaúchas buscam maneira de se reerguer após desastres climáticos no Estado
Devido à situação catastrófica que aconteceu nas últimas semanas no Rio Grande do Sul, a economia gaúcha e brasileira vem enfrentando incertezas sobre o futuro e como poderão retomar as atividades, mesmo diante das adversidades trazidas pelo desastre climático. As devastadoras enchentes e deslizamentos deixaram um rastro de destruição, afetando não apenas as vidas das pessoas, mas também muitos negócios.
Por esse motivo, a equipe da redação Start conversou com quem tem vivenciado de perto toda a situação e como buscam se reerguer. Diante de tudo isso, muitas empresas paralisaram provisoriamente as suas atividades, deram férias coletivas para os seus funcionários, ou até mesmo tiveram boa parte da sua produção, do seu quadro de funcionários ou o próprio estabelecimento devastado pela catástrofe.
Eduardo Ribeiro, sócio-gestor do Wakai Sushi, localizado em Igrejinha, um dos municípios afetados pelas grandes enchentes no Vale do Paranhana, conta que a situação foi um grande impacto para todos, até mesmo para os que não foram diretamente atingidos. Ao longo dos seus 28 anos, ele compartilha que jamais havia presenciado algo tão trágico e grave e, sem dúvidas, foi a maior tragédia que a sua geração pôde ver de perto.
“Quando acordei por volta das 5h30 da manhã o caos já estava instaurado, fui até o restaurante mas a água já estava na altura das fechaduras das portas, então me dirigi para outro empreendimento que ainda não havia sido atingido para salvar o que pudesse”, comenta Eduardo.
Ele compartilha que, neste momento, existem muitas ações de voluntariado e limpeza dos espaços atingidos, e que toda ajuda é muito bem-vinda, pois a cidade teve em média 90% das suas áreas atingidas.
“Sinceramente não sei o que seria da nossa região sem o voluntariado, é lindo de ver, muita gente empenhada em auxiliar o próximo, cada um como pode, alguns literalmente com a mão no barro, outros produzindo alimentação, foi realmente algo lindo de ver, sinto orgulho da nossa nação. Nosso restaurante passará por reforma e esperamos poder abrir o quanto antes. Estamos trabalhando apenas na modalidade delivery desde 10/05”, aponta. A partir de agora, ele afirma que o objetivo é recomeçar, para todos os igrejienses e colaboradores do Wakai, que se veem em uma situação bastante complexa e estão focados na reconstrução para conseguir o quanto antes retomar a operação e o atendimento presencial.
“Utilizamos nossa força para fazer a limpeza e preparar o restaurante para reabrir, tivemos alguns colaboradores que não puderam comparecer por ainda estarem sem água e com suas casas ainda tomadas pelo lodo, mas agora já estamos com toda equipe trabalhando e muito bem. Tivemos 80% da nossa mobília inutilizada, estamos agora trabalhando para montar o restaurante novamente, vamos fazer isso em etapas, começando pelo delivery que já está em atendimento, e agora seguiremos com a reforma das mesas. Acreditamos que ainda esta semana (21/05) conseguiremos abrir com capacidade reduzida”, conta Eduardo.
Verônica Dadalt, coordenadora de marketing da empresa Girando Sol, fábrica de produtos de limpeza localizada em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, compartilha que a empresa teve mais de 90 funcionários atingidos diretamente pelas enchentes. A empresa vem atuando na linha de frente em apoio às famílias e estabelecimentos atingidos por meio de diversas campanhas de recuperação e doação. Para os colaboradores da empresa, Verônica afirma que também é prestado todo apoio possível, identificando as necessidades individuais de cada um e, posteriormente, buscando alternativas coletivas para que todos possam de alguma maneira ir reorganizando suas vidas e rotinas.
“A empresa está atuando frente aos cenários mais críticos, como a busca por alternativas para a reconstrução da ponte de ferro. No dia 09/05 foi lançada a campanha “Juntos pela Ponte”, uma das primeiras iniciativas do movimento, que visa mobilizar recursos para reconstruir a antiga Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio sobre o Rio Forqueta. Sem a ponte, os municípios de Arroio do Meio, Roca Sales, Guaporé e Muçum estão isolados do outro lado do rio, e do outro lado isolou Lajeado, que fica sem acesso à região alta do Vale”, comenta Verônica.
Segundo ela, a Girando Sol está entre os principais apoiadores desta campanha, além de já ter realizado a doação de quase 65 mil unidades em produtos de limpeza para a Defesa Civil de municípios atingidos, atendendo mais de 15 cidades. Inspirada pelo sucesso de campanhas semelhantes em outras regiões, como a de Nova Roma do Sul, que arrecadou R$7 milhões para a construção de uma nova ponte, Verônica destaca que a Girando Sol mobilizou sua rede de fornecedores, clientes e recursos para garantir um impacto significativo nesta primeira ação do movimento. “A empresa retomou de forma parcial as atividades no dia 06/05, e de forma gradativa busca as melhores maneiras para seguir atendendo seus clientes”, conclui.
Parabéns!