Reunião da Câmara Setorial da Uva e do Vinho faz levantamento das perdas e cria GT
Na manhã desta terça-feira (21/05), mais de cinquenta representantes de entidades, produtores, instituições financeiras e de pesquisa estiveram reunidos de forma virtual em encontro da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho para avaliar as perdas do setor.
De acordo com o extensionista da Emater de Bento Gonçalves, Thompson Didone, um levantamento mais fidedigno deve durar pelo menos um mês para ser concluído no município. “O cenário é bastante desolador, tem locais onde a terra ficou na laje, em outros só a defesa civil e bombeiros conseguem chegar e outros sem acesso”, avalia. “O que o produtor quer é segurança para voltar para sua propriedade, por isso é importante este estudo de risco geológico que está sendo realizado em todas as propriedades afetadas”, afirma. O trabalho, coordenado pela prefeitura da cidade, conta com geólogos do estado, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e da Vale do Rio Doce.
Sobre a safra 2023/2024, Didone afirma que ela não foi afetada, está armazenada e sendo processada normalmente. Já a safra futura, que tem uma previsão de 30% de quebra, ainda não dá para avaliar.
O representante da Farsul, Elson Schneider, também destacou a importância deste estudo geológico no município de Bento Gonçalves para avaliar os riscos de novos desabamentos e para o produtor ter segurança de reinvestimento na propriedade. E destacou a importância de disponibilização de recursos para reconstrução.
Além de Bento Gonçalves, que decretou situação de calamidade pública, outros municípios como Veranópolis e Cotiporã também foram bastante afetados. Flores da Cunha teve poucos registros de perdas, o problema maior foi registrado nas estradas. No total, 46 municípios estão enquadrados em situação de calamidade pública e 320 em estado de emergência.
O pesquisador da Embrapa e coordenador da Câmara Setorial, Adeliano Cargnin, apresentou um plano desenvolvido pela empresa, em parceria com a Emater, para avaliação de riscos climáticos e propostas para o futuro. O plano está em desenvolvimento e deverá ser anunciado no mês que vem.
Adeliano também propôs a criação de um grupo de trabalho da Câmara Setorial, coordenado pela Embrapa, para fazer propostas específicas de políticas públicas para a área da vitivinicultura. As entidades que vão participar deste grupo são, além da Embrapa, a Emater, Banrisul, Farsul, Badesul, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul) e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
O diretor geral adjunto da Seapi e coordenador das Câmaras Setoriais, Clair Kuhn, destacou que “o momento exige um preparo, uma resiliência e ações imediatas e a médio e longo prazo, e a Secretaria está à disposição para ouvir e propor ações conjuntas”.
A reunião também contou com a participação de instituições bancárias que mencionaram a Resolução CMN nº 5.132, do Banco Central, que autoriza a prorrogação das dívidas, até 15 de agosto, para todos os produtores rurais.
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